Causas Segunda Guerra Mundial
Causas Segunda Guerra Mundial

 

Eventos pré-guerra

Tropas germânicas em uma das Reuniões de Nuremberg, ocorrida em 1935.

 

A Segunda Guerra Mundial foi decorrente de um conjunto de fatores, de natureza política e econômica, que contribuíram, de forma mais ou menos determinante, tendo como motivação principal o propósito de dominação mundial por parte de potências imperialistas. As investidas da Alemanha, na Europa, e do Japão, na Ásia, podem ser consideradas como causas imediatas do conflito.

 

A Primeira Guerra Mundial - "feita para pôr fim a todas as guerras" - transformou-se no ponto de partida de novos e irreconciliáveis conflitos, pois o Tratado de Versalhes, assinado em 1919, disseminou entre os alemães um forte sentimento nacionalista, que culminou no  totalitarismo nazi-fascista. As contradições se aguçaram com os efeitos da Grande Depressão, e nesse cenário surgiram e se consolidaram vários regimes totalitários na Europa. O germânico de origem austríaca Adolf Hitler - líder do Partido Nazista, que se tornara o Führer do Terceiro Reich - defendia que a Alemanha necessitava mais espaço vital, ou Lebensraum, e pretendia conquistá-lo na Europa Oriental. Esta política, ao lado da contraposição ideológica, o levaria cedo ou tarde ao confronto com a URSS.

Valendo-se da Política de apaziguamento praticada pela Grã-Bretanha do Primeiro-ministro Neville Chamberlain e secundada pela França do presidente Édouard Daladier, Hitler conseguiu, inicialmente, concretizar uma série espantosa de conquistas incruentas: remilitarizou a Renânia, anexou a Áustria, e incorporou os Sudetos, destruindo a Tchecoslováquia. Mas quando avançou sobre a Polônia, os ingleses e franceses reagiram, iniciando-se a Segunda Guerra Mundial.

 Causas subjacentes

  • Nacionalismo: Uma das causas mais fortes teria sido o nacionalismo, fonte das agressões da Alemanha, Itália , Japão e Síria. Os regimes fascistas existentes à época nestes países, foram sendo construídos com base num sentimento nacionalista. Adolf Hitler e o Partido Nazista usaram o sentimento nacionalista, na altura bastante explícito na sociedade alemã, de maneira eficaz. Na Itália, a ideia da restauração de um Império Romano era atractivo para muitos habitantes desse país. No Japão, o nacionalismo, como sentimento de sentido de dever e honra, dedicado especialmente ao imperador, tinha já séculos de prevalência.
  • A crise político-econômica mundial do período entre-guerras.
  • Militarismo.
  • Disputas territoriais.
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 Causas na Europa

  • Tratado de Versalhes: O tratado pode ser visto como a causa mais importante indiretamente para o início da guerra. Culpando apenas a Alemanha e os seus Aliados pela Primeira Guerra Mundial, o tratado impôs, além de intensos pagamentos por parte da Alemanha aos Aliados, aplicando um forte golpe na economia do país e elevando a inflação a índices astronômicos, um irrecuperável sentimento de humilhação para os cidadãos alemães.
  • Primeira Guerra Mundial: Dito pelo então presidente Norte-Americano Woodrow Wilson, como a guerra para acabar com todas as guerras, não acabou sendo bem assim, principalmente para a Alemanha, que buscava meios de se vingar das humilhações sofridas pela derrota. Como disse Winston Churchill, Essa guerra é, de fato, uma continuação da anterior.
  • Lebensraum: A preocupação primária de Hitler durante esse período foi com a necessidade alemã de Lebensraum, ou seja, espaço vital. Se o país devia passar de nação de segunda categoria para grande potência mundial, necessitava de espaço para se expandir, e se precisava comportar uma população em rápido crescimento e exigindo prosperidade, necessitava de terras para cultivo e matérias-primas para energia e indústria
  • Grande Depressão.
  • Política de apaziguamento.
  • Anti-semitismo.
  • Polónia: Principalmente, com relação ao "corredor polonês (ou polaco)".
  • Revolução Russa e o Anti-comunismo.
  • Itália: Uma aliança entre a Alemanha e a Itália é um dos objetivos essenciais contidos no Mein Kampf. Os acontecimentos haviam mostrado quão úteis essas duas potências podiam ser uma à outra. A recusa alemã de participar das sanções contra a Itália diminuiu grandemente a eficiência dessas sanções. E agora os dois Estados estavam lutando lado a lado para esmagar o governo republicano da Espanha. E entre o entendimento a respeito da Espanha e a colaboração num âmbito europeu, ia apenas um passo.

 Causas na Ásia

As relações entre os Estados Unidos e o Japão andavam tensas há algum tempo, e o principal ponto de discórdia eram as tentativas japonesas de colocar a China sob o controle do império do sol nascente, por meios bélicos. A Segunda Guerra Sino-Japonesa começara em 1937, provocando protestos americanos, visto que os Estados Unidos tinham fortes interesses na China. A recusa do Japão em dar ouvidos a esses protestos moveu o governo americano a declarar um embargo na exportação de certos produtos para o Japão, inclusive petróleo, o que gradualmente reforçou a disputa. Privados de uma importante fonte de combustível, os japoneses tinham duas alternativas: aceitar um acordo humilhante com uma América pretendendo a inviolabilidade da China; ou procurar petróleo em outro lugar, se necessário pela força.

 Em busca do domínio mundial

Afirma-se, não sem alguma razão, que a Segunda Guerra Mundial foi uma conseqüência lógica da Primeira, por conta do tratamento draconiano que os aliados, sobretudo a França, impuseram à Alemanha. Certamente, as condições do Tratado de Versalhes ajudaram a exacerbar os conflitos políticos, mas não os criaram. Na verdade, o que as potências imperialistas - particularmente a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos - buscavam conquistar, com a guerra, era dominar, política e economicamente, continentes inteiros, como etapa preliminar à conquista da hegemonia mundial, mediante a combinação de força militar e superioridade econômica [1].

O Memorando Tanaka já estabelecia que a conquista da China seria apenas o primeiro passo para o domínio japonês sobre a Ásia, e que seria necessário esmagar seu principal rival nessa escalada: os Estados Unidos da América.

Também Hitler tinha uma clara visão sobre os propósitos imperialistas da Alemanha, que tornavam indispensável a guerra contra a União Soviética: "A luta pela hegemonia mundial será decidida, na Europa, pelo domínio do espaço russo. Qualquer idéia de política mundial é ridícula, para a Alemanha, enquanto ela não dominar o continente [europeu]" [2].

Os Estados Unidos também estavam "conscientes" de seu "Destino Manifesto" de se tornarem a potência dominante no mundo. A guerra seria a alavanca que abriria o mercado mundial e os recursos mundiais à exploração norte-americana [3].

Em resumo, o que estava em jogo na Segunda Guerra Mundial - e, por conseguinte, foi sua causa determinante - era o domínio mundial por uma potência imperialista hegemônica. Ao final do conflito, os Estados Unidos emergiram como líderes incontestes do mundo capitalista, mas seu domínio mundial foi, por algum tempo, contestado por uma potência não-capitalista, a URSS. A disputa entre as duas super-potências (Guerra Fria) só se encerraria em 1991.

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